Em suas idas e vindas,
aquela paisagem já era um tanto conhecida para Flor, ela passeava pelos campos,
alguém a acompanhava e de vez em quando perguntava se ela gostaria de ficar,
mas ela normalmente preferia voltar.
O corpo já não respondia aos seus desejos,
a dificuldade para se locomover ouvir e entender as coisas em sua volta era
cada vez maior, por isso seus passeios eram cada vez mais frequentes e os
convites para ficar também se repetiam:
Ela olhava e via que era verdade, voltando
não podia mais fazer quase nada, mas via seus filhos, netos e parentes que a
visitavam e não queria abandoná-los.
Os passeios se tornavam mais longos e ela
conhecia novos lugares todos bonitos e lá ela estava normal, andava e falava
sem dificuldades. Um dia avistou um campo bem distante e quis caminhar até ele,
mas seu acompanhante avisou:
— Você não poderá ir
até lá, pois de lá não se pode mais voltar, você só poderá ir, se quiser ficar.
Mais uma vez ela voltou, mas gostou tanto
daquele lugar, que fez dele seu local favorito para seus passeios, cada dia se
aproximava mais daquele campo verde, do outro lado do pequeno vale, mas já
sabia que não podia atravessá-lo.
Um dia, porém observou algo diferente, jamais
vira pessoas naquele campo. Naquele dia viu alguém andando, parecia
perdida observava as coisas: as árvores, as flores, mas não se detinha em nada,
como que não encontrando o que procurasse. Perguntou ao seu acompanhante:
— Quem é aquela menina?
Nunca vi ninguém ali!
Seu acompanhante entregou lhe algo
semelhante a um binóculo e ela pôde ver com mais clareza, então sentiu um forte
tremor e começou a chorar.
— O que ela está
fazendo lá? Por que parece perdida?
— É que ela veio um pouco antes da hora,
não está entendendo bem o que aconteceu.
— Eu quero ir até lá.
— Já sabe bem as condições.
Suas pernas tremiam, seu coração pulsava
muito forte, o vento zumbia forte em seus ouvidos e lacrimejavam seus olhos
enquanto ela galgava, decidida, o terreno irregular até o outro lado do vale.
Chegando arfante ao lugar onde avistara a menina, parou, olhou para traz e
percebeu a magnitude de sua atitude e suspirou.
— Bem! Agora está feito! E começou a
procurar a e a chamar pela netinha.
— Belinha! Onde você está?
Cadastre-se no blog (Clicando em Participar deste site, no menu ao lado) e concorra ao sorteio de um livro: Os Diamantes Azuis - Volume I - Planeta Luz, que será realizado em 31/08/2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, pergunta ou sugestão: